EGO, PERSONALIDADE E EU MESMO
O QUE É O EGO?
Neste artigo, procurei explorar duas visões diferentes para as várias outras abordagens que existem sobre o tema EGO. Primeiramente, com base na psicanálise de Freud, apresentei o ego como um dos três elementos que compõem a personalidade humana. Em seguida, descrevi sobre o EGO, na visão mística do gnosticismo com base na filosofia, antropologia, história, metafísica e ciência.
FREUD – PERSONALIDADE É IGUAL A ID, EGO E SUPEREGO
ID
O Id, fonte de toda energia psíquica, é a parte da personalidade que está presente desde o nascimento. Ele fica em nosso inconsciente, compreende os aspectos instintivos, primitivos e são governados pelo prazer e satisfação das nossas necessidades. Assim, busca desejos e impulsos como: fome, sede, sexo e ira que, se não forem satisfeitos, produzem tensão e ansiedade.
Geralmente na primeira infância, por não conseguirmos praticar o autocuidado, somos ludibriados a agir conforme os impulsos do Id. Isso ocorre porque queremos satisfazer nossas necessidades de forma rápida, então, agimos muitas vezes de maneira inconsequente. Sendo assim, o ego surge para enquadrar essas ações e controlar os impulsos do Id, conforme nossos padrões de convivência.
EGO
Por sua vez, o Ego, é a parte da personalidade responsável por lidar com a realidade. É desenvolvido a partir do Id, para garantir que os impulsos dele, sejam expressados aceitavelmente conforme os padrões da realidade. É importante ressaltar que suas funções agem nos campos consciente, pré-consciente e inconsciente.
Assim, o ego, que é a força de oposição aos desejos instintivos do Id, opera conforme o principio da realidade. Entretanto, ele mensura quais serão os prós e contras de uma ação antes que ela seja realizada ou não realizada. Isso acontece com o propósito de orientação do ego na busca por caminhos de satisfazer as necessidades do Id.
SUPEREGO
Segundo Freud, o terceiro elemento da personalidade, Superego, começa a se internalizar em nós aproximadamente aos cinco anos de idade. Ele tem relação com o amadurecimento do indivíduo e é associado aos valores morais, regras de condutas e padrões culturais. Aliás, o superego também está relacionado a todos os outros aspectos que advém do ambiente em que vivemos.
Portanto, o superego nos fornece preceitos para formação e emissão de juízo de valor. Esses juízos, formam opiniões baseadas em particularidades determinadas por nossa experiência de vida e influenciadas pelo meio em que vivemos.
O superego se subdivide em dois sistemas:
Ideal do ego: são referentes aos comportamentos aprovados socialmente, nos geram bons sentimentos como satisfação, orgulho e contribuem para autoestima.
Consciência moral: são referentes aos comportamentos reprovados socialmente e nos geram sentimentos ruins como: culpa, dor e remorso. É importante ressaltar que, se não controlados, esse sistema pode estimular o indivíduo ao ciclo da autossabotagem.
EU, MIM MESMO E SI MESMO
Primeiramente, é importante salientar que, em algumas crenças, existe a ótica de dualidade entre o ego, onde um se apresenta com aspecto superior e outro inferior. A grosso modo, essa visão é bastante difundida culturalmente sobretudo no ocidente, mas, deixaremos esse conceito à parte. Nesse capítulo, partiremos do pressuposto de que o ego possui origem pluralizada e não fundamentado em dualidade.
Você já assistiu o filme “Fragmentado”? Se a resposta for sim, ótimo! Você vai entender a analogia que irei fazer agora. Se a resposta for não. Não tem problema! Você também vai entender, mas acredito que seja interessante assistir o filme depois.
Vamos lá! O filme fragmentado conta a história do personagem Kevin Wendell, diagnosticado com TDI (Transtorno dissociativo de Identidade) e por isso ele apresenta 23 (+1) personalidades diferentes. Veja que eu escrevi “personalidade e não ego”, mesmo que para Freud, o ego seja apenas uma parte da personalidade.
Fundamentado no Livro “Tratado de Psicologia Revolucionária” de autoria de Samael Aun Weor, apresentamos o ego como um agregado psíquico, que prontamente se manifesta na personalidade humana. Para tanto, pensemos nesse agregado psíquico (ego) como um aspecto adquirido e não de nossa essência, nosso SER. Como é apresentado no filme, onde o personagem Kevin desenvolveu o TDI e não nasceu com esse transtorno.
Como no filme, durante nossa vida nos deparamos em situações que desafiam a temperança e fazem com que ajamos arbitrariamente. Assim, de maneira vil, irada, luxuriosa, com cobiça, inveja, avareza, preguiça, gula, soberba e outros infindáveis defeitos, que piamente acreditamos não terem nascidos conosco.
O EGO NÃO NASCE CONOSCO
Tudo bem, eles podem até não ter nascido conosco, mas foram desenvolvidos por nós em algum momento de nossa vida. Provavelmente, quando manifestamos algum sentimento por pessoas, objetos e também demonstramos forte apego. Segundo o budismo esotérico e o gnosticismo universal, esses agregados psíquicos se desenvolvem a partir dos três anos de idade. Lamentavelmente, eles engarrafam, bloqueiam, obstrui nossa verdadeira Essência, a nossa consciência.
Voltando ao filme, as 23 (+1) personalidades de Kevin estão constantemente disputando espaço e domínio sobre seu fantoche (personagem). É exatamente assim, que os agregados psíquicos (egos), agem e nos dominam. Eles fazem com que cada um de nós sejamos apenas um veículo guiado, ora por um ora por outro ego.
Por exercerem certo nível de independência e controle sobre nós, os egos conseguem atuar em níveis diferentes de nossa mente. Esses níveis são similares a uma cebola e suas camadas internas. Eles (egos) vão se aprofundando conforme se alimentam de nossa energia vital e satisfazem seus instintos animais.
Todavia, como revelou o grande filósofo grego Platão, “não somos senhores de si e sim escravos de si”, pela imperfeição e erros que cometemos constantemente. Por outro lado, se buscarmos o autoconhecimento através da auto-observação, temos a possibilidade de dissolver esses agregados psíquicos. Primeiramente nas camadas mais superficiais, até que consigamos atingi-los em camadas mais profunda, para assim eliminá-los. Com certeza não é algo fácil, mas sabemos que não é impossível, cada um de nós temos essa capacidade. Ela está em nosso real ser, e cabe a nós, escolhermos fazê-lo e deixar que nasçam virtudes em seu lugar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todavia, independente das abordagens apresentadas neste artigo, se você prefere a visão de Freud sobre o EGO ou a mística do gnosticismo, o mais importante é que você trabalhe sobre si. Assim, assumir a autorresponsabilidade diante sua vida e entender que observar, identificar ou dissolver os seus defeitos é fundamental para o equilíbrio da sua vida.
Neste artigo, você aprendeu sobre o ego na perspectiva da psicanálise, e também na visão do gnosticismo universal. Agora, através de reflexão, reveja quais atitudes você percebe que não vale a pena ter e a substitua por virtudes. Afinal de contas, se você chegou até aqui, é porque já está na sua jornada de autoconsciência.
Contudo, se você quiser dividir mais alguma outra ideia, sugestão ou tiver qualquer dúvida sobre ego, deixe seu comentário abaixo.
Ops!, antes que eu me esqueça, nos ajude a semear bons assuntos compartilhando esse artigo com seus estimados. Gratidão e até a próxima leitura!